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quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Projecto Okavango à espera de Angola

Angola é o país  mais atrasado na implementação do projecto Transfronteiriço da Conservação Okavango Zambeze ( KAZA-ATFC), que junta cinco membros da região, nomeadamente Angola, Zâmbia, Zimbabwe, Botsuana e Namíbia.
 
Ao contrário dos parceiros, Angola, até ao momento, não ratificou o tratado do Kaza, assinado em 2011, o que constitui obstáculo o desenvolvimento integral do pólo turístico partilhado. 
 
O coordenador nacional executivo do projecto, Rui Lisboa, que revelou ontem o facto à margem da primeira reunião Ordinária da Comissão Multissectorial da Hotelaria e Turismo aberto pelo Ministro de Estado para o Desenvolvimento Económico e Social, Manuel Nunes Júnior, disse que a falta da ratificação do tratado dificulta a acção do sector da Hotelaria e Turismo, órgão coordenador da iniciativa regional em Angola.
 
“O tratado até aqui não foi assinado por parte de Angola, tudo porque houve  instituições que acharam que havia algumas questões do conteúdo do tratado”, asseverou Rui Lisboa. Mas, neste momento, assegurou, o tratado está a ser discutido em fóruns próprios e “há o compromisso de Angola ratificar o documento a breve trecho”.
 
 
O projecto enfrenta dificuldades de vária ordem, desde o acesso, iluminação e comunicação, delimitação de fronteira , infra-estruturas  e serviços básicos.
Rui Lisboa defende a criação de uma área de conservação e destino turístico de referência mundial, nas bacias hidrográficas do rio Zambeze para o desenvolvimento sustentável. 
 
 
A componente angolana tem muito trabalho, enquanto as outras componentes de outros países, já são destino turístico de referência mundial e Angola ainda não é por causa dos constrangimentos.
 
 
“Temos de ultrapassar estes constrangimentos para chegarmos ao patamar dos outros países integrantes ao projecto KAZA-ATFC”, referiu.O projecto Okavango Zambeze beneficia de financiamento de várias entidades  estrangeiras, como é o caso do doador alemão KFW, que tem disponibilizado quer para verbas para o secretariado regional, em Botswana, quer para financiamento de algumas acções dos cincos países integrantes.  No princípio deste mês, a KFW concedeu mais de um milhão de euros aAngola, que serviu para aquisição de equipamentos, viaturas, motorizadas 4x4, barcos e 150 kits de uniforme. 
 
 
A  componente angolana corresponde a uma parcela territorial na província do Cuando Cubango numa extensão de 90 quilómetros  quadrados integrados nos municípios de Cuito Cuanaval, Mavinga, Rivungo , Dirico e Nancova.
 
 
A ministra da Hotelaria e Turismo, Ângela Bragança, ressaltou que, em Luanda, existe um percurso turístico a beneficiar das inúmeras potencialidades naturais, que saem de desde a Baía de Luanda, passando pela Fortaleza e Feira de artesanato até ao Museu da Escravatura.

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