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terça-feira, 21 de novembro de 2017

Venda de divisas tem novas regras

Um total de cinquenta mil dólares norte-americanos é o valor mínimo que cada banco comercial passa  a receber por sessão de venda, para a cobertura de operações de particulares e cartões de marca internacional, anunciou  sexta-feira o Banco Nacional de Angola (BNA).

Em comunicado, o BNA declarou ter adoptado este critério pela necessidade de  ajustar  a metodologia  e conferir transparência à atribuição de moeda estrangeira aos bancos comerciais nas sessões de venda - é realizada um à quinta-feira de cada semana -, enquanto não é reposto o sistema de leilões.

O “plafond”, precisa o documento, apenas diz respeito à cobertura de operações privadas com viagens, ajuda familiar, saúde, educação, salários de trabalhadores expatriados, remessa de dinheiro e cartões de marca  internacional.

O comunicado estabelece  que o montante total das operações para essas finalidades é atribuído de acordo com a quota de mercado do segmento  de particulares de cada um dos bancos.

A quota de mercado é calculada com base nas variáveis de depósitos e crédito do segmento de particulares de cada banco, utilizando os dados do fecho contabilístico do mês precedente.


Volume de transacções

Depois de bancos correspondentes norte-americanos terem deixado de negociar dólares com o sistema bancário do país, o BNA transacciona unicamente em euros no mercado primário de câmbios.


Dados disponíveis indicam que o Banco Naciomal de Angola disponibilizou 384 milhões de euros em divisas aos bancos comerciais angolanos em Setembro, o valor mensal mais baixo em quase dez anos.


Este valor contrasta com os 1.003 milhões de euros de divisas que o banco central injectou só no mês de Agosto, mês em que Angola realizou eleições gerais, ou com o pico de 1.962 milhões de euros vendidos em Março e de 1.938 milhões de euros em Janeiro, ambos máximos de dois anos.


Entre Janeiro e Setembro, afirmam os números do BNA, os bancos comerciais compraram ao banco central mais de 9.070 milhões de euros em divisas, uma média superior a mil milhões de euros por mês.


Nos 12 meses de 2016, as vendas totais de divisas pelo banco central rondaram os 9.980 milhões de euros, equivalente a uma média mensal de 985 milhões de euros.


A forte injecção de divisas levou as Reservas Internacionais Líquidas (RIL) a caírem para 14,9 mil milhões de dólares - menos metade do valor contabilizado antes da crise, no início de 2014 -, de acordo com números publicados pela delegação do Fundo Monetário Internacional (FMI) que na quarta-feira terminou uma missão a Angola.


As RIL são necessárias para garantir a importação de alimentos, maquinaria ou matéria-prima para as indústrias e já perderam, em valor, desde Janeiro, mais de 5.700 milhões de dólares.


Além de operações de particulares, o Banco Nacional de Angola vende, no mercado primário, divisas para cobrir operações dos organismos do Estado e para diversos pelouros ministeriais ou sectores económicos, servindo, por via de regra, a importação de alimentos e de medicamentos, de peças de reposição dos concessionários do ramo automóvel, as companhias aéreas e o sector dos hidrocarbonetos. 

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