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terça-feira, 21 de novembro de 2017

PRS atravessa crise devido a saída de quadros valiosos

O presidente do Partido de Renovação Social, Benedito Daniel, reconheceu que a saída de alguns dos melhores quadros do partido para outras forças políticas causou graves consequências e conduziu à desunião interna. 

Benedito Daniel deixou este recado na cerimónia que marcou, no Domingo, os 27 anos de existência do PRS, realizada na cidade do Uige, onde pediu unidade entre os militantes salientando ser necessário expurgar algumas situações com "urgência" e com apoio de todos. 

"Não pode existir dentro do PRS militantes que afrontam o presidente e outros membros", desabafou Benedito Daniel, acrescentando que os militantes do seu partido devem comprometer-se com o projecto e não com acções de instabilidade. 

Referindo-se à descentralização de verbas para as administrações municipais defendida pelo executivo liderado pelo Presidente, João Lourenço, sublinhou que o seu partido sempre defendeu o federalismo por ser o sistema político que assegura, de forma célere e eficaz, o desenvolvimento integral do país. 

Salientou que o federalismo é o sistema político que melhor se adapta à realidade do país, que melhor combate a centralização do poder, devolvendo-o a base, permitindo que o poder local intervenha na identificação e resolução dos seus problemas com a aplicação de recursos locais. 

Considerou que a centralização administrativa é um mal para o país, na medida em que "promove as assimetrias regionais e é incapaz de garantir uma distribuição equilibrada dos rendimentos nacionais e tão-pouco abordar com realismo e objectividade a realidade do país". 

Refira-se que a última saída de peso no PRS, foi o ex-secretário-geral, João Baptista, Ngandazina, que no mês de Outubro anunciou o fim da sua militância de 27 anos no partido, por já não se rever na actual direcção. 

"Abandono a militância no PRS a partir de hoje, depois de 27 porque, com toda a honestidade, não posso continuar numa agremiação política onde os estatutos são violados regularmente", disse na altura o ex-secretário-geral do PRS.

Nas primeiras eleições de 1992, o PRS conseguiu seis assentos na Assembleia Nacional e nessa altura a agremiação passou por um período de conflitos internos onde quatro influentes deputados foram expulsos do partido.

O PRS conquistou 3,17% dos votos na eleição parlamentar de Setembro 2008, ganhando oito assentos dos 220 da Assembleia Nacional.

Nas eleições parlamentares de 2012 e 2017 o partido viu a sua bancada reduzir-se a três cadeiras em ambas.

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